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terça-feira, 1 de março de 2011

sobre gesualdo e foucault

é-me impossível não ser acometido, acossado, assombrado, embasbacado, atravessado, suplantado de mim mesmo, descentrado, deslocado, tresloucado, esmagado, diluído, esparramado, dispersado etc. é necessário pensar, como talvez o careca o tenha feito, a literatura (e por que não juntar a ela a música) como instrumento de poder? é, talvez não se possa escapar disso. mas isso é a única forma de ação de literatura, das artes?

sei que, depois de pensar no comentário do roberto machado sobre a relação de foucault com a literatura na virada de sua arqueologia do saber para a genealogia do poder, não é possível ser inocente. mas também não é possível ser comunista com a arte. a solução provisória que antevejo, pelo menos parte de seu começo, seria pensar em alguma forma de abertura que não a da interioridade. pensar a abertura do exterior, no exterior. abertura do aberto. uma tautologia que dá chance ao maravilhamento, ao deslocamento do sujeito. não é necessário, pois, o recurso ao mundo interior e à objetividade. é, ao contrário, pensando em que dimensão de materialidade, em que superfície, é possível situar o maravilhamento. pelo discurso, foucault chega ao poder. seria, então, esse o lugar em que deveríamos nos situar? ou, se quisermos evitar algum possível (mas não-comprovado nem talvez comprovável) “perigo” (palavra perigosa, aliás) de uma análise que situasse a literatura numa geneolgia do poder, se quisermos outro lugar para a discussão, onde poderíamos dizer que esse maravilhamento deveria estar localizado, em algum outro tipo de prática? mas é possível uma prática que não seja, em algum nível, discursiva? isso só seria possível se esquecêssemos a formação de objetos de saber e poder. eles existem?

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