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domingo, 22 de agosto de 2010

beethoven [2]

não há temas na história da música erudita ocidental mais mal compreendidos do que o que se convencionou chamar de forma sonata e sistema tonal. a respeito e a despeito dessas compreensões vulgares, lanço apenas algumas pontuações, pontiagudizações, a bem dizer:

 

basta ouvir o último movimento do trio op. 97 de beethoven, os vários compassos em que um grande acorde de sétima sobre a tonalidade principal (Bb – Bb7, portanto) funciona como a mesma geração de tensão do que o acorde ríspido, gritado, que abre o movimento, que adia a apresentação efetiva da resolução (definição da tonalidade principal). além desse caráter de adiamento, o de elisão: elisão como princípio de dissolução que transforma a mesma insistência no acorde de Bb7 em uma impossibilidade de se definir se se trata de uma simples retransição, ou de uma interrupção abrupta no desenvolvimento, tão ríspida quanto o Bb7 do início do Allegro Moderato… eis porque os analistas entendem a forma do pior modo possível, como mera fôrma (reformas ortográficas, fica pra próxima, beijos.) na qual se incrustam “áreas tonais” (nada mais falacioso que um conceito aparentemente flexível…). o jogo e o drama, tensões, arsis e thesis, tudo isso é mais fundamental do que esses artifícios técnicos retrospectivos.

 

e aos teóricos nem se pode desculpar a ingenuidade. mas talvez neles se possa desculpar criticamente a falta de ingenuidade.

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