ou
"o meu direito ao não-grito"
ou
"a hora da estrela cadente"
ou
"treze títulos(?)"
ou
"a morte necessária em plena vida"
ou
"o retorno do susto"
ou
"nietzsche é um capeta"
ou
"falta-me um pouco de 'mais do mesmo'"
ou
"borges blefou"
ou
"borges errou"
ou
"borges medrou"
ou
"impossível me livrar deles"
ou
"o quanto posso resistir a sós"
ou
"dos assédios"
ou
"da dança e da abertura do ser"
ou
simplesmente: do fato. do fato de nietzsche e todos esses que sempre aparecem pelos meus posts me assombrarem, esses fantasmas de correntes nos meus pés com bola de ferro a me arrastarem, esses meus caríssimos de quem não abro e não sei abrir mão. simplesmente do fato de eu perceber que a angústia, por enquanto, é o que sobressai em mim. do simples fato de eu, para minha salvação, ter me encontrado comigo mesmo. como beethoven, esse homem que perdeu todo o som e teve que produzi-lo a partir do silêncio, esse silêncio é o que eu talvez tenha ouvido depois de tanto tempo. o quanto suporto estar a sós?, e a pergunta me põe diante de mim mesmo, para adiante. esse beethoven alienado a contragosto, esse homem do silêncio forçado, esse silêncio que jorrou em Grosse Fugel, na Nona e na Sonate für das Hammerklavier, essas fontes de som viril, inimagináveis à época. e até hoje nos parecem um assombro. pelo simples fato de dançar ter acontecido, de eu ter me aberto sem que eu soubesse o som. pelo simples fato de talvez ser justamente essa ignorância que me salvará um dia de me tornar surdo ao que eu não ouço - e isso é um paradoxo que só eu entendo bem.
e tudo volta, perfeito anel de serpente que morde a própria cauda.
ou
"borges não sabe de nada"
0 comentários:
Postar um comentário